10/30/2025
06:04:41 AM
Cristãos em aldeia no Egito sofrem ataque e têm casas e
plantações incendiadas
Tiago Chagas8 horas atrás
Conflitos de natureza anticristã foram registrados na vila
de Nazlat Jalf, localizada na província de Minya, no Alto Egito, após a
circulação de rumores sobre um suposto relacionamento entre um jovem cristão e
uma moça muçulmana.
A divulgação dessas informações nas redes sociais provocou
uma onda de hostilidade e levou a ataques contra famílias cristãs da região.
Segundo moradores, uma multidão se reuniu e começou a atirar
pedras e objetos incendiários contra residências e propriedades de cristãos,
causando danos materiais significativos. Embora não tenham sido relatadas
mortes ou ferimentos, diversas casas e plantações foram parcialmente
destruídas. Cristãos locais também receberam ameaças virtuais após os
confrontos.
A polícia egípcia interveio e prendeu parte dos agressores,
conseguindo restabelecer a ordem após horas de tensão. De acordo com
informações enviadas à organização Solidariedade Cristã Mundial (CSW), as
autoridades locais promoveram uma sessão de reconciliação entre as comunidades
envolvidas — prática comum em episódios de violência sectária no Alto Egito.
Práticas extrajudiciais
A CSW criticou o modelo de reconciliação adotado,
classificando-o como um “mecanismo extralegal” que frequentemente impõe acordos
informais e desiguais às vítimas. Segundo a entidade, os responsáveis por
ataques desse tipo raramente enfrentam punições proporcionais, o que favorece a
repetição de episódios semelhantes.
Organizações de defesa da liberdade religiosa também
expressaram preocupação com a atuação recente do governo egípcio, especialmente
em relação à fiscalização de grupos religiosos não registrados, apesar de a
Constituição nacional garantir formalmente o direito à liberdade de crença.
Igualdade e justiça
Ao comentar o caso, Scot Bower, diretor executivo da
Solidariedade Cristã Mundial, afirmou que os ataques sectários “não são apenas
agressões contra pessoas inocentes, mas também uma violação dos direitos
fundamentais e da dignidade humana que devem ser assegurados a todos os
cidadãos”.
Ele elogiou a rápida intervenção policial, mas ressaltou que
a resposta deve ir além da contenção imediata: “Para que a violência ocorrida
em Nazlat Jalf seja realmente combatida, é necessário enfrentar o discurso de
ódio, a incitação ao sectarismo e a cultura de punição coletiva que recai sobre
comunidades inteiras”.
Bower acrescentou que a justiça egípcia precisa garantir
tratamento igualitário a todos os cidadãos, sem distinção de fé ou origem. “Os
responsáveis pelos ataques devem ser levados à Justiça, e a impunidade não pode
continuar sendo a resposta do Estado diante da perseguição religiosa”,
concluiu, de acordo com o Christian
Today.
Fonte: GOSPEL
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