02/26/2024
05:59:34 AM
O que significa para Jesus ser
o nosso “Bom Pastor”?
Das
sete declarações “Eu Sou” de Jesus no Evangelho de João, a quarta – “Eu Sou o
Bom Pastor” – é, na minha opinião, a mais preciosa e terna.
“Eu
Sou o Bom Pastor” é aquele que une os outros seis. Destaca-se como o mais
significativo para a nossa salvação porque é nesta afirmação que Jesus explica
a Sua morte em nosso favor. Esta passagem em João 10 é, como observou o
Dr. Steven Lawson, o comentário do próprio Jesus sobre Sua morte e
ressurreição.
Ao
longo das Escrituras, Deus identifica repetidamente o herdeiro do trono de
David — o Messias prometido, Yahweh em carne humana — como o pastor do povo de
Deus. Não é nenhuma surpresa que quando Jesus veio, Ele declarou Suas
credenciais messiânicas ao afirmar que Ele é o bom pastor. Jesus é aquele
prometido pelo Pai no Antigo Testamento, que viria para trazer salvação ao povo
de Deus.
O
que faz de Jesus o bom pastor não é simplesmente o fato de Ele ser compassivo,
embora o seja. O que faz de Jesus o bom pastor neste contexto é que Ele dá
a vida pelas Suas ovelhas.
Com
esta afirmação, Jesus não quer dizer que Ele dá a Sua vida pelas Suas ovelhas
apenas como um exemplo para elas, ou que a Sua morte foi exclusivamente um acto
de amor. Certamente a morte de Jesus por nós é um exemplo, e demonstra
absolutamente o amor de Cristo pelo Seu povo, mas por uma razão muito
particular.
A
morte de Jesus é significativa porque proporcionou expiação pelos nossos
pecados. Suas ovelhas estavam em perigo mortal – à beira da morte por
causa do seu pecado contra um Deus santo. Jesus, o bom pastor, vem e dá a
Sua vida para poupar a vida das Suas ovelhas. Ele assume a
responsabilidade pelos nossos pecados na cruz e dá a Sua vida para pagar a pena
que os nossos pecados mereciam. Em vez de nossas mortes, Ele morre; e
através de Sua morte sacrificial, somos poupados e recebemos a vida eterna.
Estas
verdades são o cerne do Evangelho: a expiação substitutiva de Jesus Cristo
pelos pecados do Seu povo, que Ele realmente levou os nossos pecados em Seu
corpo na cruz. Nossos pecados tiveram que ser pagos e nossa culpa
punida; mas em vez de Deus nos punir, Ele puniu Jesus, que morreu por nós
e deu a vida pelas Suas ovelhas.
O
cerne desta declaração “Eu Sou” é este: “Por que Jesus deu a vida pelas suas
ovelhas?” A resposta a esta pergunta é o que Jesus deseja que vejamos onde
Ele se autodenomina o “bom pastor”. Jesus quer que saibamos o que o levou
a morrer em nosso favor, a dar a Sua vida pelos nossos pecados e a suportar a
ira de Deus em nosso lugar. Assim, Jesus nos dá três motivações que O
motivaram, como nosso bom pastor, a desistir de Sua vida por nossa causa.
Primeiro,
Jesus deu a vida pelas Suas ovelhas porque Ele as ama.
Para
nos ajudar a compreender melhor o amor de Cristo por nós como Suas ovelhas,
Jesus cria um contraste entre Ele mesmo e um novo personagem no desenvolvimento
desta imagem: o 'trabalhador'. Acho que Jesus mais uma vez está se
contrastando com os líderes religiosos de Israel. Eles eram ladrões e
salteadores no contexto anterior porque seu objetivo era impedir que as pessoas
encontrassem a vida através de Cristo. Nesta passagem, eles são agora
mercenários porque usam as ovelhas para seu próprio enriquecimento, sem
qualquer amor genuíno pelo povo de Deus.
Jesus,
então, contrasta com os trabalhadores contratados porque Ele, diferentemente
dos líderes religiosos, está preocupado com as ovelhas. Jesus ama Suas
ovelhas, e isso explica por que Ele dá a vida por elas. Jesus nunca fugirá
para se salvar às nossas custas (como o mercenário), porque Jesus está
verdadeiramente preocupado com o bem-estar das Suas ovelhas.
Segundo,
Jesus deu a vida pelas Suas ovelhas porque Ele as conhece.
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À
primeira vista, esta parece ser uma boa razão para Jesus não morrer pelas Suas
ovelhas! Pense em como somos pecadores – com todas as nossas falhas,
fracassos e fraquezas. Charles Spurgeon disse uma vez: “Se alguém pensar
mal de você, não fique zangado com ele. Pois você é pior do que ele pensa
que você é. É nada menos que surpreendente pensar que uma das razões pelas
quais o Salvador morreu por Suas ovelhas é porque Ele as conhece intimamente.
Jesus
nos conhece. Ele conhece nossos nomes e nos conhece melhor do que nós
mesmos. Com esse entendimento, Ele ainda morreu por nós, conhecendo todos
os nossos pecados, falhas, fraquezas e as maneiras pelas quais O negaríamos.
Aqui
está algo ainda mais incrível: Jesus não apenas nos conhece, mas nós O
conhecemos. Conhecemos o nosso bom pastor, o que significa que temos um
relacionamento próximo, íntimo e pessoal com Cristo. Conhecer Jesus é o
coração da vida cristã. Isto era tudo o que importava para Paulo, cuja
vida foi dominada pelo desejo de conhecer mais a Cristo. Conhecer o nosso
bom pastor é o coração de todo crente.
Todos
os crentes em Jesus Cristo têm o mesmo pastor e fazem parte do mesmo
rebanho. Essa unidade deve expressar-se na forma como amamos e tratamos
uns aos outros no corpo local de Cristo. Se há algo que o mundo deveria
ver nas congregações cristãs é que amamos uns aos outros e estamos unidos sob o
bom pastor. Há momentos em que certamente discordaremos uns dos outros
sobre vários assuntos, mas devemos sempre desejar glorificar o nosso bom pastor
que deu a Sua vida por nós. Na verdade, deveríamos ficar tão impressionados
com a graça que Cristo nos mostrou ao dar Sua vida por nós, sabendo tudo sobre
nós, que agimos rapidamente para perdoar, para mostrar misericórdia, para amar
e para preservar a unidade do Espírito. na Igreja.
Finalmente,
o bom pastor dá a vida pelas ovelhas porque obedece ao Pai.
Jesus
morreu por nós porque Ele é perfeitamente obediente ao mandamento do
Pai. Ele tem autoridade para dar Sua vida e tem autoridade para
retomá-la. Jesus tinha essa autoridade porque o Pai ordenou que Ele se
oferecesse pelos nossos pecados e ressuscitasse dentre os mortos. Entenda
também que Jesus não está dizendo que Ele foi a contragosto ou que Sua vontade
era diferente da vontade do Pai. Jesus está simplesmente afirmando o fato
de que Ele, o Filho, tem autoridade para fazer a vontade do Pai.
Como
tal, o Pai ama o Filho porque o Filho é infinitamente amável. Tudo sobre
Cristo e quem Ele é suscita o amor do Pai. Quando o Pai olha para o Filho
e vê quem Ele é como a imagem perfeita do Deus invisível, como a representação
exata de Sua natureza, como Seu Filho amado - o Pai se regozija, deleita-se e
ama Seu Filho porque o Pai vê que o Filho é adorável.
O
amor do Pai por Seu Filho é exatamente o oposto de nós como pecadores: o Pai
não nos ama porque somos amáveis. Não somos dignos de nada além do
desprezo divino por toda a eternidade por causa dos nossos pecados. Jesus,
porém, não é digno de nada além do amor divino por toda a eternidade porque Ele
é infinitamente amável. Sua amabilidade e perfeição se expressam em Sua
submissão à vontade do Pai. O Pai não nos ama porque somos amáveis. O
Pai nos ama por causa de Cristo. Porque somos um com Cristo, o Pai nos
tornará amáveis, conformando-nos à imagem de Seu Filho amado.
Se
o Pai ama a Cristo porque Ele é infinitamente digno de amor, devemos amar Jesus
com todo o nosso coração, alma, mente e força. O Bom Pastor é
infinitamente digno, belo e amável. Façamos sempre de Jesus, o bom pastor,
o principal objeto dos afetos da nossa alma.
Fonte: The Cristian Post
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